20080712

a seguinte história:


O professor de latim Herman Mussert vai dormir em seu quarto no terceiro andar de uma casa no Keizersgracht, em Amsterdam, e acorda misteriosamente em um pequeno quarto de hotel em Lisboa, onde já estiverá, há vinte anos, na companhia de uma mulher....
[A Seguinte História:, de Cees Nooteboom, ed. Nova Fronteira].
Minha gente, my people, este livrinho aqui não cabe na categoria "leitura da semana", aqui do lado direito do post, por dois motivos: Lê-se-o (existe isso?) em uma tarde, uma boa tarde de sol e de descanso, sem intervalo, com o café do lado - ou um cigarro, pra quem gosta, e a vida é boa e suficiente assim. Segundo motivo: não é um livro para uma semana, mas para a vida. Leia e releia e tresleia....
Cees Nooteboom (Haia, 1933) é um romancista holandês premiado e festejado e traduzido em diversas línguas. Sim, esteve na última Flip. Apesar disso, apesar de que vai virar moda agora por aqui (a Cia. das Letras acaba de lançar seu romance Paraíso Perdido), sugiro que seja lido porque é bom. Muito bom.

Rituais, escrito em 1980, é outro que vale a pena. Para mim (e para meu pai e para meu amigo Jeroen van der Zalm, que me apresentou o escritor!), a pérola é a seguinte frase, terceira do primeiro parágrafo de Rituais:

Herinnering is als een hond die gaat liggen waar hij wil.

ou, em tradução livre (minha e de daddy):

A lembrança é como um cão que chega e se deita onde bem entender.

20080708

My river is longer than yours!

Em busca de resposta para a minha própria pergunta no post de alguns minutos atrás, eis que descubro mais um tema de acalorados debates academico-científicos: seria o Rio Amazonas mais longo que o Nilo??
Há muito tempo o rio sul-americano era considerado o maior em volume, mas o segundo maior em extensão. The winner was the Nile, com 6.650 km. Mas o IBGE não iria deixar isso barato! Foi lá, fez uma pesquisa e descobriu que nosso Amazonas tem 6.800 km, pois começa numa montanha gelada chamada Mismi no sul do Peru. Way to go, Peru!

Notícia semi-fresquinha da BBC, aqui!

E o que têm em comum o Egito e o Sudão?

O Nilo, minha gente! São 6.650 km de extensão! Em língua nativa antiga e morta, a resposta seria assim:





[The word "Nile"(Arabic: 'nīl) comes from Greek Neilos (Νειλος), meaning river valley, and likely borrowed from Phoenician. In the ancient Egyptian language, the Nile is called Ḥ'pī or iteru, meaning "great river", represented by the hieroglyphs shown above (literally itrw).]

Fonte da info aqui.

E qual o tamanho do Amazonas? Começando aqui lições de hidrografia....

20080705

Denial is not just a river in Egypt

Segundo a wikipedia:

Denial (also called abnegation) is a defense mechanism' postulated by Sigmund Freud, in which a person is faced with a fact that is too uncomfortable to accept and rejects it instead, insisting that it is not true despite what may be overwhelming evidence. The subject may deny the reality of the unpleasant fact altogether (simple denial), admit the fact but deny its seriousness (minimisation) or admit both the fact and seriousness but deny responsibility (transference). The concept of denial is particularly important to the study of addiction. The theory of denial was first researched seriously by Anna Freud. She classified denial as a mechanism of the immature mind, because it conflicts with the ability to learn from and cope with reality.

20080702

being there - para Chris

Lindo e atualíssimo - pelo menos para nós, antropólogos, que queremos e não queremos escapar do chavão - o post do blog do Chris. Para mim, emocionante, pois é por aí mesmo que piram as nossas cabecinhas, e a minha, quando eu estava lá, em campo, e quando eu estou aqui, pensando no campo. Coincidência ou não, a imagem que tenho como fundo de tela é justamente este dilema: being there. Vai aqui a foto, então, para o Chris. E, para não fazer plágio familiar, I quote: fotografia de E. Françozo, em Haarlem (Holanda), outubro de 2006.



20080622

lá do alto da montanha, o insuportável cheiro da memória

E, no fim das contas, certo estava era o poeta:

Se de tudo fica um pouco,
mas por que não ficaria
um pouco de mim? no trem
que leva ao norte, no barco,
nos anúncios de jornal,
um pouco de mim em Londres,
um pouco de mim algures?
na consoante?
no poço?

(...)

E de tudo fica um pouco.
Oh abre os vidros de loção
e abafa
o insuportável mau cheiro da memória.

[Resíduo, CDA]

20080619

going everywhere in a line!



Gente, olha só que bacanice: para ilustrar um livro sobre metrôs de todo o mundo, os caras foram lá e fizeram um mapa-mundi interligando as cidades que têm ou estavam construindo (ou planejando construir) metrôs no ano de publicação do livro (2007)....será que não é isso mesmo?
(referências na imagem).