20080724

momento Frank (Sinatra)



A melancolia é uma lama. A tese é, às vezes, ótima e muitas vezes uma super lama. Digamos que hoje é um dia super-duper lama. Vamos lá pra música-tema da noite, que com certeza será ainda tocada many many times inside my head as sentences are written...Até porque o final (do tempo) está perto, mas da escrita, nem tanto....


"And now, the end is near

And so I face the final curtain.

My friend, I'll say it clear,

I'll state my case, of which I'm certain...."


Próximo post será mais animadinho. Acho que vou assistir as irmãs Bolena e aquele rei psicótico no final de semana... ;)
PS - Mas que o homem era de uma elegância de dar inveja, isso ele era!

20080719

sou feliz por ser lusófona


Acabo de assistir o documentário Língua. Vidas em Português, de Victor Lopes, Brasil/Portugal, 2004, 91 minutos.

Gostei e recomendo. Destaque para o depoimento de Mia Couto, belíssimo. Daria um pouco menos para Saramago, saudosista, não fosse a frase "Não há uma língua portuguesa, há línguas em português."

Sinopse oficial: Todo dia duzentas milhões de pessoas levam suas vidas em português. Fazem negócios e escrevem poemas. Brigam no trânsito, contam piadas e declaram amor. Todo dia a língua portuguesa renasce em bocas brasileiras, moçambicanas, goesas, angolanas, japonesas, cabo-verdianas, portuguesas, guineenses. Novas línguas mestiças, temperadas por melodias de todos os continentes, habitadas por deuses muito mais antigos e que ela acolhe como filhos. Língua da qual povos colonizados se apropriaram e que devolvem agora, reinventada. Língua que novos e velhos imigrantes levam consigo para dizer certas coisas que nas outras não cabe."
PS - Diva flower e diva J, o que acharam do filme?

20080716

Running to stand still


Pois é, né. E então eu tava lá hoje, vivendo a minha vida, e fui pra academia. Tava lá na esteira, treino básico do dia, tentando fingir que um dia correrei de verdade, e eis que uma boa alma troca o DVD do Babado Novo (dear Lord!) pelo do show do U2 em SP. Sem pensar, imediatamente desliguei meu iPodinho (shuffle e infelizmente verde) e fui ouvir Bono. Qual não foi a minha surpresa quando percebi que estava lá, correndo mais do que o planejado, já passados meus minutos no marcador, e eu de olho nos caras, com cara de tonta, quase cantando junto (o mico seria demais, mesmo numa academia de ginástica baronense)!! Lembrei que eu gosto, sim, ainda gosto de U2, ueba! Fiquei lá vendo o povo vaiando Bono enquanto ele dizia os nomes de países da América Latina, os gritos de horror quando do termo "Argentina", o Bono rindo da nossa cara e depois dando o recado básico do popstar (moderno?), let's save the world together. No meio disso tudo, pensei: "Mas por que diabos eu não fui no show desses caras??". Aí lembrei. Não fui porque eu era besta. Aliás, besta duas vezes, porque não fui nem naquele primeiro show deles em SP, em 1997, coisa da qual me arrependi profundamente, chegando até a me prometer que por motivo algum no mundo eu perderia o próximo. Mas 2005 chegou e eu, bestamente, perdi.
Mas olha galera, chega de besteira, viu? Quem nunca tentou eleger a melhor faixa de Rattle and Hum com os amigos não teve adolescência!
I know I'm chewing bubble gum. I know what that is and I still want some!

PS - Ipodinho sendo agora devidamente sincronizado com uma seleção personalíssima da minha coleção completa de U2 (oh yeah, got 'em all!).

20080713

para os madrugadores



The early bird may get the worm, but the second mouse gets the cheese.

20080712

a seguinte história:


O professor de latim Herman Mussert vai dormir em seu quarto no terceiro andar de uma casa no Keizersgracht, em Amsterdam, e acorda misteriosamente em um pequeno quarto de hotel em Lisboa, onde já estiverá, há vinte anos, na companhia de uma mulher....
[A Seguinte História:, de Cees Nooteboom, ed. Nova Fronteira].
Minha gente, my people, este livrinho aqui não cabe na categoria "leitura da semana", aqui do lado direito do post, por dois motivos: Lê-se-o (existe isso?) em uma tarde, uma boa tarde de sol e de descanso, sem intervalo, com o café do lado - ou um cigarro, pra quem gosta, e a vida é boa e suficiente assim. Segundo motivo: não é um livro para uma semana, mas para a vida. Leia e releia e tresleia....
Cees Nooteboom (Haia, 1933) é um romancista holandês premiado e festejado e traduzido em diversas línguas. Sim, esteve na última Flip. Apesar disso, apesar de que vai virar moda agora por aqui (a Cia. das Letras acaba de lançar seu romance Paraíso Perdido), sugiro que seja lido porque é bom. Muito bom.

Rituais, escrito em 1980, é outro que vale a pena. Para mim (e para meu pai e para meu amigo Jeroen van der Zalm, que me apresentou o escritor!), a pérola é a seguinte frase, terceira do primeiro parágrafo de Rituais:

Herinnering is als een hond die gaat liggen waar hij wil.

ou, em tradução livre (minha e de daddy):

A lembrança é como um cão que chega e se deita onde bem entender.

20080708

My river is longer than yours!

Em busca de resposta para a minha própria pergunta no post de alguns minutos atrás, eis que descubro mais um tema de acalorados debates academico-científicos: seria o Rio Amazonas mais longo que o Nilo??
Há muito tempo o rio sul-americano era considerado o maior em volume, mas o segundo maior em extensão. The winner was the Nile, com 6.650 km. Mas o IBGE não iria deixar isso barato! Foi lá, fez uma pesquisa e descobriu que nosso Amazonas tem 6.800 km, pois começa numa montanha gelada chamada Mismi no sul do Peru. Way to go, Peru!

Notícia semi-fresquinha da BBC, aqui!

E o que têm em comum o Egito e o Sudão?

O Nilo, minha gente! São 6.650 km de extensão! Em língua nativa antiga e morta, a resposta seria assim:





[The word "Nile"(Arabic: 'nīl) comes from Greek Neilos (Νειλος), meaning river valley, and likely borrowed from Phoenician. In the ancient Egyptian language, the Nile is called Ḥ'pī or iteru, meaning "great river", represented by the hieroglyphs shown above (literally itrw).]

Fonte da info aqui.

E qual o tamanho do Amazonas? Começando aqui lições de hidrografia....

20080705

Denial is not just a river in Egypt

Segundo a wikipedia:

Denial (also called abnegation) is a defense mechanism' postulated by Sigmund Freud, in which a person is faced with a fact that is too uncomfortable to accept and rejects it instead, insisting that it is not true despite what may be overwhelming evidence. The subject may deny the reality of the unpleasant fact altogether (simple denial), admit the fact but deny its seriousness (minimisation) or admit both the fact and seriousness but deny responsibility (transference). The concept of denial is particularly important to the study of addiction. The theory of denial was first researched seriously by Anna Freud. She classified denial as a mechanism of the immature mind, because it conflicts with the ability to learn from and cope with reality.

20080702

being there - para Chris

Lindo e atualíssimo - pelo menos para nós, antropólogos, que queremos e não queremos escapar do chavão - o post do blog do Chris. Para mim, emocionante, pois é por aí mesmo que piram as nossas cabecinhas, e a minha, quando eu estava lá, em campo, e quando eu estou aqui, pensando no campo. Coincidência ou não, a imagem que tenho como fundo de tela é justamente este dilema: being there. Vai aqui a foto, então, para o Chris. E, para não fazer plágio familiar, I quote: fotografia de E. Françozo, em Haarlem (Holanda), outubro de 2006.